7 mil anos e não os sentir. A história da saia

A roupa mais amada pelas mulheres tem suas raízes em tempos longínquos. Contamos sua história desde suas origens até hoje. Curioso para descobrir?

É a peça de roupa mais amada pelas mulheres, por definição um símbolo de feminilidade. Mas o história da saia tem raízes longínquas: graças à sua simplicidade foi a primeira peça de roupa utilizada pelo homem para se proteger do frio e do mau tempo. Os artefatos mais antigos encontrados datam das civilizações mesopotâmicas de 5.000 aC. Isso significa que a saia tem mais de 7 mil anos de história!

O aspecto mais interessante? Na evolução da saia também podemos ver o mudanças em nossa sociedade, como uma marca estampada no tecido e uma tesoura que, década após década, corta peças agora supérfluas. Em cada mudança na forma original da saia, podemos ver uma mudança nos valores e no sentido estético das sociedades do passado. Muito mais fácil do que ler uma enciclopédia, certo? Portanto, vamos tentar reconstituir o passado, rastreando as revoluções do pensamento e os ideais da história em suas evoluções.

A saia: símbolo de poder dos egípcios até 1900

De filmes ambientados no Egito Antigo você certamente já viu vários. E em todos os casos os protagonistas, homens e mulheres, usam saia. São peças de roupa de linho (a melhor escolha, dado o clima quente e seco), de comprimentos diversos consoante a classe social (aqui está a saia que se torna símbolo de estatuto!). A saia dos egípcios comuns é curta e justa, enquanto a dos nobres e faraós, longa até os tornozelos, larga e ricamente decorada. Em Creta são usados os peplos, uma longa túnica escolhida por homens e mulheres, e logo também pelos romanos.

Alla queda do Império Romano Ocidental, os romanos “civilizados” encontram os bárbaros, que usam calças em vez de saias! Levará mais alguns séculos para identificar a saia como uma vestimenta exclusivamente feminina, mas a semente da mudança já foi plantada.

Foi em 1500 que uma distinção clara começou a ser feita entre roupas femininas e masculinas. As saias continuam sua evolução e cada pessoa os adapta ao seu próprio estilo. Espanhóis, franceses, italianos, ingleses: cada cultura revisa a saia de acordo com seu gosto, muda sua forma, enfeita e dá vida ao seu estilo.

A saia continua a ser um símbolo de poder também em 1600 seu comprimento indica a riqueza do usuário. Enquanto, de fato, as mulheres pobres usam saias simples, compridas até a barriga, as nobres exibem as mais volumosas, sino, cúpula, cone ou tambor, obviamente nos melhores tecidos e com as mais belas decorações.

Mas isso é na madrugada de 1700 que o que definimos hoje nasce saia. Chegamos cada vez mais leves à Revolução Francesa: o vestido comprido de fato fica mais leve e ganha o suporte de uma estrutura circular de vime, posicionada sob a saia para dar o efeito de volume, volume que, porém, vai aos poucos se afastando quadris para trás.

Em 1800, na íntegra Idade vitoriana, outra mudança importante na história da saia: os volumes aumentam exponencialmente, até o chamado formato de balão, e o crinolina, uma estrutura de gaiola de metal rígido, que logo se torna um elemento essencial para todas as mulheres, não apenas nobres.

No 1900 a crinolina está se preparando para se tornar uma relíquia histórica. Pronto para a nova transformação? O início do século XX é marcado por movimentos emancipatórios feministas e as mulheres passam a preferir vestidos mais simples, com formas e comprimentos diferentes. É nessa hora que o terno nasceu, ainda hoje muito amado porque é prático, mas ao mesmo tempo perfeito para uma situação formal.

A história muda para sempre: chega a minissaia!

Estamos nos aproximando de outra mudança histórica que marcará não só a história de uma peça de roupa, mas de todas as mulheres. O defensor é o visionário Coco Chanel, que na década de 1920 passou a reivindicar a necessidade das mulheres de roupas confortáveis para trabalhar. Chanel portanto, propôs uma camisa coordenada, composta por uma saia plissada e um casaco de lã. As saias são encurtadas até o joelho.

Segunda Guerra Mundial: nasce a saia-calça

As mulheres precisam de mais dinamismo e que melhor maneira de conquistá-lo do que explorá-lo versatilidade das calças? Teremos que esperar tempos mais calmos para ver os estilistas trabalharem nas saias novamente e de fato em 47 Dior ele surpreende a todos e lança seu “New Look” inspirado na moda de 1915. As saias são novamente largas e abundantes, como a corola de uma flor, a cintura muito fina só para enfatizar os novos volumes. O comprimento da saia aumenta, até a panturrilha e além.

Em 1954, no entanto, ainda é Chanel embaralhando as cartas, propondo o icônico 'terno Chanel', um terno composto por paletó e saia na mesma cor, extremamente prático e versátil. Chegamos assim a outro momento histórico em que a mudança da saia vai refletir a mudança da mulher: na década de 60 as mulheres lutam por mais direitos e Mary Quant crie a minissaia! Mas ao mesmo tempo o movimento hippie também se afirma, com outro tipo de protesto: resgatando a relação com a natureza e rejeitando vestimentas com recortes geométricos. Assim, enquanto por um lado as minissaias estão despovoadas, por outro lado as saias longas com uma linha suave se espalham.

Não houve grandes revoluções desde os anos 1970. A saia está gradualmente se estabelecendo como uma peça de roupa formal, principalmente na fórmula do terno. Estilos e cortes aprendem a coexistir, e a cada ano vemos alguns modelos do passado voltando à moda, reinterpretados em tom moderno.

história da saia ajuda-nos a ler nas entrelinhas qual foi o caminho da emancipação das mulheres, mas também como os valores e gostos mudaram ao longo da história. Como você imagina a próxima revolução no vestuário feminino?

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